Foto de um homem com um cão no leito em um hospital

CANINOS e RESGATES – NOTÁVEIS HISTÓRIAS DE AMOR

Os cães estão mesmo na moda. Não é que algum dia eles tenham deixado de estar. No entanto, recentemente, eles estão mais do que em evidência e têm ganhado as manchetes de jornais do Brasil e do mundo! O segredo está no envolvimento destes animais em tocantes ações de resgate. Desde o episódio da libertação dos 178 Beagles do Instituto Royal em outubro deste ano por ativistas de defesa dos animais, os amados caninos não param de frequentar as colunas da mídia e as redes sociais. E com muita razão. Agora, é a vez do cão-guia. O fato notável do cão que, na semana passada, foi leal até o ponto de arriscar a vida para resgatar o dono, cego, que caíra nos trilhos de metrô em Nova York foi mais do que impactante. Episódios como esses não têm como passar em branco no meu blog…

No primeiro caso, li que o Instituto Royal em São Roque/SP já vinha sofrendo denúncias de maus-tratos aos animais que eram usados em testes científicos para a indústria farmacêutica. O caso suscitou debates calorosos em defesa e contra testes feitos com animais. Não sei julgar até que ponto cada parte tem razão. Portanto, não pretendo aprofundar-me no tema. Só sei que eu fiquei chocada de ver que a minha raça predileta de cachorro era usada para tais fins. Afinal, sempre fui fã do Snoopy. Saber que faziam testes logo com um cachorro tão lindo, alegre, dócil e mansinho como o beagle era de doer a alma. Por isso, a cena em que os cãezinhos presos em jaulas foram libertados e levados nos braços pelas pessoas, de fato, me emocionou e muito. A beleza do olhar dos beagles de volta à liberdade ganhou a ternura de todos os que amam os animais. Os cientistas defendem que é necessário usar cachorros para os testes, mas, interessante, ninguém quer fazer experiência com pitbull…

Agora, para mim, não houve cena mais comovente nos últimos tempos do que a do cão-guia Orlando, um labrador preto, que saltou para salvar a vida de seu dono, Cecil Williams, de 61 anos. Uma súbita tontura fez com o deficiente visual perdesse o equilíbrio e caísse onde nenhum ser humano desejaria: nos trilhos de um metrô. E que agonia e heroísmo a desse animal que tentava levantar o dono mesmo com o veículo vindo em sua direção. Para quem não viu a reportagem, saibam que a ação do bichinho teve a solidariedade das pessoas que, em massa, acenavam para o maquinista parar. Ele freou, mas não a tempo. Mesmo freando, passou por cima dos dois. E, para a surpresa geral, eles sobreviveram. O senhor sofreu arranhões na cabeça e o labrador nada… Deus agiu mais rápido do que todos pensaram. A imprensa local divulgou que, no momento que o metrô se aproximava, o cachorro deitou-se sobre o dono posicionando os dois no vão do trilho, e assim, ambos ficaram a salvo…

Não foi pouca também a minha emoção ao ver o senhor Cecil já se recuperando no hospital e saber que a primeira pergunta que fez foi sobre o estado de seu cachorro.  O amor do cão por seu dono era absolutamente recíproco.  E fiquei a me questionar: quantas pessoas teriam um gesto tão nobre em querer resgatar o outro, ainda que fosse amigo ou membro da família? Uma mãe ou um pai poderia fazer de tudo para salvar a vida de um filho, mas outras pessoas se arriscariam para fazer o mesmo por seu semelhante?

Recentemente, li em uma passagem do livro “Todo Dia é um Dia Especial” do norte-americano Max Lucado, que um alpinista, Dan Mazur, e seus colegas abandonaram o sonho de atingir o pico do Monte Everest quando estavam já próximos de chegar. O que o fizeram desistir da maior realização que um alpinista poderia conquistar e pisar no topo do mundo? A coragem de salvar uma vida, ainda que pusessem em risco as suas. Dan e sua equipe largaram tudo para resgatar o neozelandês Lincoln Hall preso junto à uma rocha, com pouco oxigênio e à beira da morte. E apesar das difíceis condições naquele cenário inóspito e baixíssimas temperaturas, conseguiram realizar o salvamento. Desistiram de um sonho, mas não de uma vida. E no livro, há o relato da esposa do neozelandês, quase em lágrimas, elogiando os belos seres humanos que salvaram a vida de seu marido e também pai de seus filhos. Enquanto lia, meus olhos também marejaram. Fiquei imaginando a grandeza daqueles alpinistas que preferiram arriscar-se neste ato humanitário, quando a própria equipe de Hall o havia abandonado. Ainda bem que Dan e os colegas decidiram fazer o oposto.

Então, ao recordar-me do ato do cachorro Orlando, fico a pensar como pode um animal ter tanto amor dentro de si? Como pode amar tanto quem não é nem seu semelhante em espécie? Quem estava presente naquela estação de metrô, relatou que o labrador tentou ainda evitar que Cecil caísse da plataforma e que latia sem parar. Não pôde evitar a queda, mas evitou um desastre fatal. Cecil não conseguiu ir para o dentista e foi parar no hospital. Ainda assim, preocupou-se com seu bichinho de estimação e elogiou a ajuda das pessoas na estação e da equipe de emergência. Para mim, foi belíssima a cena do cachorro com as patinhas em cima de seu dono na cama do hospital expressando todo o seu carinho animal. Pode ser impressão minha, mas na foto que ilustra este blog, parecia-me que o cão até vertia uma lágrima…

Há histórias de resgates como essas, de tão singulares, só podem mesmo emocionar… Ver pessoas resgatando cães e cães resgatando pessoas não são notícias comuns em nosso dia a dia. Nem mesmo pessoas resgatando outras em situações adversas como no caso dos alpinistas citados. Fica sempre a esperança que episódios explícitos de amor à vida ganhem sempre destaque em nosso cotidiano. Que estes tipos de notícias ilustrem cada vez mais as telas de nossos noticiários de TV, as páginas de nossos jornais e, sobretudo, as páginas de nossas vidas.

P.S.: Deixo a todos os meus leitores como mensagem de Natal a reflexão e exemplo do caso de Orlando, que sendo um simples animalzinho de estimação, com todas as suas limitações, foi fiel ao seu dono mesmo quando tudo parecia perdido. Só que não foi, pois milagres realmente acontecem. Sejamos fiéis como este maravilhoso labrador ao verdadeiro dono da festa de Natal: Jesus. Só que no caso de Jesus, ele é que veio para nos resgatar dos desequilíbrios e quedas da vida, nunca nos abandona e quer muito nos salvar. Feliz Natal e um Maravilhoso 2014!


Comentários

Participe! Deixe seu comentário