SHEKINAH: MULHERES VIRTUOSAS – MULHERES RENOVADAS

Nesta época de fim de ano, muitas pessoas costumam a fazer o balanço do que viveram ao longo dos últimos doze meses. No meu caso, posso afirmar com toda a convicção que o ano de 2019 me proporcionou novas experiências, muito além das minhas expectativas. Após ter passado por vários desafios, cheguei ao mês de dezembro um tanto cansada, mas feliz com as resoluções. Entre elas, destaco minha decisão de participar de dois grupos femininos na Igreja Católica: “Shekinah – Mulheres Sentinelas do Senhor” e o “Exército de Mulheres de Fé Raquel Chagas”. Dois grupos onde as mulheres partilham experiências, refletem sobre a Palavra de Deus, oram umas pelas outras e se apoiam mutuamente.  Mulheres que buscam viver a virtude e a fé cristã e aprender sempre mais… Hoje pretendo compartilhar um pouco da vivência que tive com o primeiro grupo, que em 2019 comemorou exatamente dez anos de existência. Um grupo de mulheres tão perseverantes que se encontram semanalmente às quartas-feiras à noite e no último sábado de cada mês na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (RJ).  E com um dado muito importante: o grupo sempre está aberto à entrada de novas integrantes. Entre os meses de agosto e dezembro, para comemorar o seu aniversário, o Shekinah é que nos presentou com um ciclo de palestras à altura da qualidade do grupo: “O 1º Seminário de Mulheres Virtuosas” com o seguinte tema: “Eis que Faço Novas Todas as Coisas” (Apocalipse 21,5). O nome já é impactante, mas o impacto do conteúdo foi ainda maior… E com certeza, depois da experiência, não tenho como o esquecer…

Foram cinco sábados onde usufruímos juntas de café da manhã, música católica, oração comunitária, dinâmicas, Adoração ao Santíssimo e palestras que tinham como objetivo o crescimento espiritual em cinco passos:

  1. Buscar a Deus;
  2. Escutar a Deus;
  3. Obedecer e cooperar com a Vontade de Deus;
  4. Perseverar;
  5. Prosseguir decididamente.

Diante destes passos, não havia como ficar indiferente. Tudo o que eu queria era fazer esta jornada e ter fé em Deus que compareceria a todas as etapas. Eu desejava, de fato, que, em mim, se pudessem fazer novas todas as coisas… Aí é que, em determinados momentos, pairavam algumas dúvidas… Afinal de contas, coisas novas, em que sentido? Como seriam? No que eu desejava ou no que eu nem pensava? Eu queria, mas será que conseguiria mesmo uma mudança maravilhosa? A princípio, nem me fiz esta série de questionamentos, pois eu só pensava em ir e descobrir quais seriam os tais passos. Depois que me inscrevi, eu me empolguei mesmo! Vesti a camisa do Shekinah, literalmente, e fui com todo o entusiasmo.

No primeiro sábado, o convidado a falar foi ninguém mesmo que o Pároco da igreja, o Padre Antônio José, autor de vários livros, palestrante de primeira grandeza, sacerdote muito espiritualizado e querido pelos fiéis. Logo, senti a profundidade… O padre falou que deveríamos buscar sempre as coisas do Alto e citou Abrahão, Samuel e o Apóstolo Paulo. Ainda que tenha dado como exemplos três homens, o sacerdote explicou com clareza como eles podiam ensinar a nós mulheres nos dias de hoje. E neste primeiro encontro, houve um ponto marcante para mim: o exercício mental/espiritual que fizemos. O Pe. Antônio José nos convidou a fazer como Abrahão que, em cada etapa de sua jornada, erigiu um altar a Deus (Gênesis 12,8; 13,18). No nosso caso, pediu que construíssemos mentalmente o altar em cada etapa sofrida de nossas vidas, deixássemos aquelas dificuldades aos pés de cada altar e seguíssemos adiante… O exercício fluiu de modo eficaz e hoje reconheço a diferença em mim sempre que, com confiança, entrego a Deus tudo o que ficou para trás. E, assim, sigo adiante.

O segundo encontro foi também inspirador, com a palestrante Kátia citando passagens bíblicas que demonstram a importância de escutar o Criador do Universo. Dali, saí já com a certeza de que as palestras todas seriam de boa qualidade, mesmo sem ter ideia do se sucederia. Pois, cada passo era como um mistério que só seria revelado a cada fim de mês. Felizmente, não sofro de ansiedade e, como sou curiosa, o suspense só me servia de estímulo. O terceiro passo desvendou-se com o testemunho da cantora Aline Venturi sobre a sua missão de evangelizar pela música, fazer pregações, ser mãe e lidar com uma enfermidade rara de um de seus filhos. Falou da relevância de abraçar a missão com amor e obedecer aos desígnios de Deus. Não foram poucas as mulheres que choraram após ouvir um testemunho tão belo e pungente. A emoção dominou o cenário. No quarto sábado, ouvimos o Padre Jorge Carreira cantar e falar com bastante ênfase como devemos confiar em Deus e deixá-Lo tomar as rédeas de nossa vida. Destacou como Jesus apresentou uma nova visão da mulher ao mundo: ele tratava as mulheres de maneira totalmente diversa dos judeus de sua época. Jesus conversava com elas e mostrava-lhes seu valor. Ele, por exemplo, tomou a iniciativa de travar um longo diálogo com uma Samaritana (João 4) e aparecer primeiro às mulheres depois de sua Ressurreição (Mateus 28,9). O sacerdote falou da Nova Jerusalém que um dia virá (Apocalipse 3,12) e enfatizou que Jesus também quer que a mulher seja uma Nova Jerusalém. O Salvador quer renovar todas as coisas e quer renovar igualmente as nossas vidas. Não foram poucas as ouvintes que se sentiram tocadas por estas palavras. Saí da igreja, talvez mais feliz do que de outras vezes, sentindo-me em Estado de Graça. No entanto, poucos dias depois, percebi que eu não estava transformada tão positivamente como pensava. Foi aí que muitas dúvidas começaram a repercutir em minha mente…

Passei alguns dias antes do quinto sábado a questionar-me, sobretudo, pelo fato de só poder participar junto com as outras uma vez por mês ou só por whatsapp ou Facebook. Pensei: “uma vez por mês é tão pouco… Vou para aprender, participar das atividades, mas não dá muito para trocar ideias, compartilhar conhecimentos, tecer laços de amizade… Afinal, vale a pena continuar a programar-me todo mês para ir a esses encontros?” E, pensei em desistir…

Chegou a véspera do dia 14/12 e comecei a pensar nos outros compromissos que eu teria naquele fim de semana. E me perguntava: “Será bom eu me sacrificar para ir ao Seminário?”, “Devo mesmo ir?”, “Vou ou não vou?????” Acabei indo. Cheguei um pouco atrasada e o Diácono Melquisedeque já tinha começado a palestra. Comecei a anotar tudo, como sempre. Mas, ao ouvir falar de Davi escondido na caverna, surpreendi-me como nunca. O Diácono comentou que Davi se refugiou por medo e depois disso juntaram-se a ele cerca de 400 homens! Mas, não eram 400 homens fortes, corajosos e armados. Ao contrário, estavam todos em situação de miséria, endividados e descontentes, ou seja, só necessitados (1 Samuel 22,1-2)… E foi com eles que Davi encontrou forças, deu o passo definitivo para sair da caverna e tornar-se o grande Rei de Israel (2 Samuel). O Diácono comparou a caverna de Davi ao Shekinah, que pode ser também o nosso refúgio. Disse que lá talvez encontremos outras mulheres com tantos ou mais problemas do que os nossos; entretanto, são mulheres de confiança que poderão nos dar a força necessária para sair da caverna e prosseguir revigoradas, com uma “nova musculatura espiritual”. Melhor não poderia ter sido. Ao término da palestra, já estava convicta que Deus havia me dado a resposta que eu queria. Só que eu não sabia que mais respostas, naquela mesma manhã, ainda estariam por vir…

Depois, divididas em cinco grupos, nós nos reunimos em salas justamente para um momento de partilha (oba!) e apresentarmos as mudanças já experimentadas ao longo dos cinco passos. Pedi para falar e percebi que os efeitos tinham sido maiores do que eu havia imaginado. Parti da sala ainda mais confiante e segui com todas para dentro da igreja. O desfecho do encontro foi absolutamente festivo com muita música, alegria, sorteio, confraternização e muito mais. Que manhã abençoada e feliz! No fundo, eu já sabia que queria continuar…

Desde o ano anterior quando encontrei um folheto na Igreja de Nossa Senhora do Parto, no Centro, e li o seguinte título: “Retiro Mulheres Virtuosas 2018: “Vinde a Mim (Mateus 11,28)”, eu pensei: “Mulheres Virtuosas? É exatamente o que eu estava procurando… Onde será este retiro?” E qual não foi minha surpresa ao ver que seria no bairro vizinho onde moro. Fui sozinha, lá encontrei cerca de 800 mulheres para me fazer companhia e foi talvez o mais renovador retiro da minha vida. Desde então, tenho presenciado muitos acontecimentos positivos, inclusive a notícia que outro grupo Shekinah acaba de ser criado na Paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Inhaúma. Agora sei que é viável, possível e maravilhoso ver um número tão grande de mulheres reunir-se para crescer na fé católica e juntas fazer diferença na sociedade. Parabéns, Shekinah, pelos dez anos de sua bela trajetória! E, se Deus quiser, não faltarão ainda mais histórias enriquecedoras para viver, instruir e compartilhar…

Fonte consultada:

Bíblia Sagrada. 172ª Edição. São Paulo. Editora Ave-Maria. Edição Claretiana. 2006.


Comentários

6 respostas para “SHEKINAH: MULHERES VIRTUOSAS – MULHERES RENOVADAS”

  1. Texto explicativo com mta delicadeza . Vc é tremenda . Espetacular. Jesus e a Virgem Santissima abençoem vc, sua família e a família Shekinah .

    1. Boa tarde, Cri! Seja bem-vinda à minha página! Fico muito feliz de já ter lido o texto e me ter feito tantos elogios! Muitíssimo obrigada e retribuo a oração: que Deus abençoe muito a você, a sua família e o Shekinah também, em nome de Jesus!

  2. Querida Debbie, você realmente consegue transmetir os seus sentimentos ao que você escreve. A parabenizo pelo texto super interessante! Posso ver que a ideia do programa do Shekinah na igreja católica dá realmente a oportunidade às mulheres de se aproximarem umas das outras, para compartilhar e criar laços de amizade. Muito bom! Beijos

    1. Querida Lígia,

      Fico muito contente em ver que você continua a apreciar meus textos e a participar ativamente do meu site! Muito obrigada! Quanto ao grupo Shekinah, considero que o projeto é mesmo maravilhoso porque é muito importante para o cristão se unir aos outros com a finalidade de apoio mútuo, aprendizado e crescimento espiritual. Para nós, mulheres, esta prática é importantíssima; pois, hoje em dia, nós nos encontramos muito sobrecarregadas de afazeres, problemas emocionais, etc. e precisamos encontrar apoio em nossas irmãs em Cristo. Então, as reuniões são momentos fantásticos em que ficamos felizes porque, de fato, sentimos a ação do Espírito Santo em nossas vidas. Que Deus abençoe sempre estes encontros, em nome de Jesus!

  3. Debbie querida, mais um texto muito bem escrito e reflexo de sua empolgação! Muito bom que as mulheres com esses belos objetivos se unam! Bom pra elas, pra suas famílias, pra sociedade. E fico feliz que vc tenha encontrado esse lugar de luz e força.
    Deus te abençoe, querida irmãzinha!

    1. Muito obrigada por suas belas palavras, a atenção e o carinho de sempre, querida irmã!

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